To the Trump supporters on the corner.../ Para os apoiadores de Trump no prédio da esquina
We are leaving winter behind, just starting to feel the promise of spring here, and evening walks are brisk and fresh. The streets are empty in the evening and the few people we encounter on these walks give us wide berth. It's a new form of suspicion. Two nights ago I walked south from our house, and was thinking that the houses up and down the block seemed especially lit up, revealing living rooms and T.V. screens and in one house, a black chalkboard set up in a den, still bearing the day's notes from some child's lesson in bright blue and pink and yellow. I felt a sort of solidarity emanating from those lights, a hello from inside, a longing to connect with someone, maybe anyone, walking on the block, or staring from their own living room window across the street. But when I turned the corner and headed back up the block, I noticed a large sign in a third floor window on the apartment building in the corner. It was obviously intended as a statement, backlit, and also framed on all sides by small decorative lights, the sign dominated the view of anybody who would be walking or looking up from a window in their home. TRUMP. Make America Great Again.
Was it a joke?
No. But I had never seen a Trump sign in this neighborhood before. It seemed an obscene gesture to me, in the middle of this shutdown, of this fear, of all the news reports about how badly our federal government, Trump's administration, has failed us and botched this pandemic, and how many people will suffer for that. In the middle of my own fear, on the grand global scale, but also on the smaller, intimate level of my family, and my fear about what could happen to us, fortunate though we might still have work, food, a comfortable home to hide in -- no one is immune from what can happen. And Maya, in the epicenter, in Brooklyn. And the front page pictures in the New York Times every morning, of the mayhem.
I stood there, perplexed, but provoked. How to respond to that Trump sign in the window? I wished for a rock in my pocket, and a strong arm to throw it three stories high, to smash through the window and obliterate the sign. To scream and shout at whoever lives in that apartment. No Trump in my neighborhood!
Now we're rummaging through the basement looking for where we've stored the sidewalk chalk. Grace wants to put our collective anger into words on the sidewalk in front of the apartment building, in giant multi colored letters no one can miss:
"Thanks to Trump's inaction we are jobless, testless, our schools shut down, our health threatened, mourning the dead. But you, Trump supporting neighbors, we hope you are staying safe and healthy."
************
Por aqui, vamos deixando o inverno para trás, começando a sentir a promessa da primavera nas caminhadas noturnas, rápidas e frescas. De noite, as ruas ficam quase desertas, e as poucas pessoas com as que cruzamos, fazem um largo desvio da gente. Uma nova forma de suspeição. Há duas noites, eu caminhava em direção sul e ia pensando como as casas para acima e pra abaixo no quarteirão pareciam especialmente iluminadas, revelando salas de estar e telas de TV, e numa casa, um quadro negro montado no saguão, ainda marcando os apontamentos do dia, notas da lição de uma criança em azul brilhante, rosa e amarelo. Senti uma espécie de solidariedade emanando daquelas luzes, uma saudação vinda do interior, um desejo de se conectar com alguém, talvez qualquer pessoa, talvez outro que caminhava ou olhava pela janela de uma sala de estar do outro lado da rua. Mas quando virei a esquina, para voltar para casa, notei uma grande placa na janela do terceiro andar do prédio da esquina. Algo que obviamente pretendia ser uma declaração, iluminada por trás, e também emoldurada por todos os lados por pequenas luzes decorativas. A placa dominava a visão de qualquer pessoa que estivesse andando ou olhando pela janela de sua casa. TRUMP: Torne a América Grande Novamente.
Era piada?
Não. Eu nunca antes tinha visto placa de apoio a Trump neste bairro. Pareceu-me um gesto obsceno, no meio desse lockdown, desse medo, de todas as reportagens sobre o quanto nosso governo federal, o governo Trump, nos falhou e errou os passos nessa pandemia, e quantas pessoas sofrerão por isso. No meio do meu próprio medo, sobre o que ocorre a escala global, mas também na escala pequena, íntima da minha família, o medo sobre o que poderia acontecer conosco - afortunados por ainda termos emprego, comida, um lar como esconderijo, mas ninguém está imune ao que pode vir a acontecer. E Maya, no epicentro, em Brooklyn. E as fotos da primeira página do New York Times todas as manhãs, do caos.
Fiquei parada, perplexa, braba. Como responder a essa placa em apoio a Trump na janela? Nesse momento, quis ter uma pedra no bolso, um braço forte o suficiente para jogá-la e atingir esse terceiro andar, estilhaçar a janela e aniquilar a placa. Gritar de raiva para os moradores daquele apartamento. Nenhum Trump na minha vizinhança!
"Graças a inação de Trump, estamos sem emprego, sem testes, as escolas fechadas, nossa saúde ameaçada, em luto por nossos mortos. Mas vocês, vizinhos apoiadores do Trump, desejamos-lhes saúde e segurança."
Tradução: Miriam Adelman
Was it a joke?
No. But I had never seen a Trump sign in this neighborhood before. It seemed an obscene gesture to me, in the middle of this shutdown, of this fear, of all the news reports about how badly our federal government, Trump's administration, has failed us and botched this pandemic, and how many people will suffer for that. In the middle of my own fear, on the grand global scale, but also on the smaller, intimate level of my family, and my fear about what could happen to us, fortunate though we might still have work, food, a comfortable home to hide in -- no one is immune from what can happen. And Maya, in the epicenter, in Brooklyn. And the front page pictures in the New York Times every morning, of the mayhem.
I stood there, perplexed, but provoked. How to respond to that Trump sign in the window? I wished for a rock in my pocket, and a strong arm to throw it three stories high, to smash through the window and obliterate the sign. To scream and shout at whoever lives in that apartment. No Trump in my neighborhood!
Now we're rummaging through the basement looking for where we've stored the sidewalk chalk. Grace wants to put our collective anger into words on the sidewalk in front of the apartment building, in giant multi colored letters no one can miss:
"Thanks to Trump's inaction we are jobless, testless, our schools shut down, our health threatened, mourning the dead. But you, Trump supporting neighbors, we hope you are staying safe and healthy."
************
Por aqui, vamos deixando o inverno para trás, começando a sentir a promessa da primavera nas caminhadas noturnas, rápidas e frescas. De noite, as ruas ficam quase desertas, e as poucas pessoas com as que cruzamos, fazem um largo desvio da gente. Uma nova forma de suspeição. Há duas noites, eu caminhava em direção sul e ia pensando como as casas para acima e pra abaixo no quarteirão pareciam especialmente iluminadas, revelando salas de estar e telas de TV, e numa casa, um quadro negro montado no saguão, ainda marcando os apontamentos do dia, notas da lição de uma criança em azul brilhante, rosa e amarelo. Senti uma espécie de solidariedade emanando daquelas luzes, uma saudação vinda do interior, um desejo de se conectar com alguém, talvez qualquer pessoa, talvez outro que caminhava ou olhava pela janela de uma sala de estar do outro lado da rua. Mas quando virei a esquina, para voltar para casa, notei uma grande placa na janela do terceiro andar do prédio da esquina. Algo que obviamente pretendia ser uma declaração, iluminada por trás, e também emoldurada por todos os lados por pequenas luzes decorativas. A placa dominava a visão de qualquer pessoa que estivesse andando ou olhando pela janela de sua casa. TRUMP: Torne a América Grande Novamente.
Era piada?
Não. Eu nunca antes tinha visto placa de apoio a Trump neste bairro. Pareceu-me um gesto obsceno, no meio desse lockdown, desse medo, de todas as reportagens sobre o quanto nosso governo federal, o governo Trump, nos falhou e errou os passos nessa pandemia, e quantas pessoas sofrerão por isso. No meio do meu próprio medo, sobre o que ocorre a escala global, mas também na escala pequena, íntima da minha família, o medo sobre o que poderia acontecer conosco - afortunados por ainda termos emprego, comida, um lar como esconderijo, mas ninguém está imune ao que pode vir a acontecer. E Maya, no epicentro, em Brooklyn. E as fotos da primeira página do New York Times todas as manhãs, do caos.
Fiquei parada, perplexa, braba. Como responder a essa placa em apoio a Trump na janela? Nesse momento, quis ter uma pedra no bolso, um braço forte o suficiente para jogá-la e atingir esse terceiro andar, estilhaçar a janela e aniquilar a placa. Gritar de raiva para os moradores daquele apartamento. Nenhum Trump na minha vizinhança!
Agora estamos vasculhando o porão procurando onde guardamos o
giz para escrever na calçada. Grace quer materializar nossa raiva coletiva em
palavras escritas em frente ao prédio, gigantescas letras coloridas que ninguém
poderá deixar de perceber:
"Graças a inação de Trump, estamos sem emprego, sem testes, as escolas fechadas, nossa saúde ameaçada, em luto por nossos mortos. Mas vocês, vizinhos apoiadores do Trump, desejamos-lhes saúde e segurança."
Tradução: Miriam Adelman
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirThanks for translating, Mimi!
Excluirmy pleasure!
ExcluirThat's the most midwest sidewalk chalk I've ever heard of, I love it!
ResponderExcluirMatt, sent you a message (Whats) about being a translator for our blog. Portuguese to English.
Excluir